História da Trigonometria
Por Robison Sá
Falar
de trigonometria é
lidar com um tabu histórico que compreende o ensino deste ramo da matemática
tão frequentemente associado à ideia de dificuldade e incompreensão. Porém,
antes que o interessado no tema desista de compreendê-lo, antes mesmo de
esgotar as ferramentas possíveis de aprendizagem, convido-os a viajar pelos
fatos históricos na busca de justificativas para a existência dessa ferramenta
matemática tão utilizada por outras ciências e áreas do conhecimento humano.



Este
trabalho é apenas uma introdução à história da trigonometria,
portanto tem o seu estudo em caráter de resumo. Isso poderá levá-los a
compreensão dos fatos históricos através de uma leitura rápida, sem cansaço.
Buscarei também o uso de uma linguagem descomplicada e acessível ao leigo que
visita, pela primeira vez, os terrenos da história da trigonometria.
A história
Não se
pode precisar a origem da trigonometria. Como toda área da matemática, a
trigonometria surgiu por diversos estudiosos, principalmente através do estudo
da astronomia, agrimensura e navegação. Povos como os egípcios e os babilônios
deram importantes contribuições para a descoberta e aperfeiçoamento desse ramo
matemático tão importante à época, bem como em dias atuais.
Papiro de Rhind
No Papiro
Rhind, documento egípcio que data de aproximadamente três mil anos, foram
encontrados problemas relacionados à cotangente. Na tábua cuneiforme Plimpton 322,
tábua babilônia com texto escrito entre 1900 e 1600 a.C., foram localizados
problemas envolvendo secantes.
Euclides de Alexandria, em sua obra
mundialmente conhecida, Os Elementos, apresentou alguns conceitos
trigonométricos, porém representados através de formas geométricas. Mas foi
Hiparco de Nicéia, na segunda metade do século II a.C., quem recebeu o título
de Pai da Trigonometria, isso porque apresentou um tratado com
cerca de 12 volumes nos quais tratava da trigonometria com a autoridade de quem
conhecia profundamente o assunto. Naquele mesmo período, Hiparco apresentou ao
mundo uma tábua de cordas, sendo ele o responsável pela elaboração da primeira
tabela trigonométrica que se tem registro. Ainda naquela época, Ptolomeu apresentou
sua tábua de cordas contendo o cálculo do seno dos ângulos de 0º a 90º, ângulos
que seriam utilizados nos estudos astronômicos em que ele estava engajado.
Hiparco e Ptolomeu deram imensas contribuições para o desenvolvimento da
Matemática e da Astronomia.
Ptolomeu
Hiparco,
ao lado de Ptolomeu, é, sem dúvida, um dos nomes mais ilustres dos estudos
antigos da trigonometria. É atribuída a ele, também, a divisão do círculo em
360º. Advindos do estudo da Astronomia surgiram os conceitos de seno e cosseno. A tangente
supostamente surgiu da necessidade de se calcular alturas e/ou distâncias.
A obra
matemática mais influente da antiguidade foi escrita pelo astrônomo e matemático
Ptolomeu de Alexandria, a Syntaxis Mathematica, obra de 13 livros
relacionados à trigonometria. Ainda em terreno grego, Menelau de
Alexandria escreveu três volumes destinados ao estudo da
trigonometria, sendo o primeiro atido à ideia de triângulos esféricos, o
segundo é uma aplicação da geometria esférica a astronomia e o terceiro trata
do Teorema de Menelau.
Últimas considerações
Como
afirmei nas linhas iniciais, este trabalho é um resumo histórico sobre a
trigonometria, sendo uma ferramenta de conhecimento prévio do tema e convite
para um estudo mais aguçado em bibliografias específicas. Se o leitor buscou
conhecimentos básicos sobre o tema, creio que tenha encontrado. Conhecer os
motivos que levaram pessoas a se engajarem na busca pelo conhecimento minucioso
de certa área do saber nos conduz a compreensão do que buscamos ao estudar
aquela disciplina, aquele conteúdo, aquela ciência. Isso, sem dúvida, nos
tornará aptos ao aprendizado, bem como nos proporcionará momentos de
descontração e viagem no tempo, ao conhecimento de povos, costumes, culturas.
Com certeza esse é um excelente motivo para estudarmos a história daquilo que
hoje apenas nos é mostrado como um saber pronto, acabado.
“Passeando
pela história encontraremos a justificativa para o nosso presente
e estimaremos o nosso futuro”.
(Robison Sá)
Nenhum comentário:
Postar um comentário